segunda-feira, 8 de março de 2010

Liberdade - 7ª série (continuação das atividades realizadas em sala de aula)



Obra de arte "Mulheres correndo na praia" de Pablo Picasso. (Já trabalhada)

1 Leia o trecho do texto “Ética para meu filho” de Fernando Savater (p. 29-30):

“Na realidade existem muitas forças que limitam nossa liberdade, desde terremotos e doenças até tiranos. Mas nossa liberdade também é uma força no mundo, nossa força. No entanto, se você conversar com as pessoas verá que a maioria tem muito mais consciência do que limita sua liberdade do que da própria liberdade. Muita gente lhe dirá: “Liberdade? Mas de que liberdade você está falando? Como podemos ser livres se nos fazem a cabeça através da televisão, se os governantes nos enganam e nos manipulam, se os terroristas no ameaçam, se as drogas nos escravizam, e se, além de tudo, não tenho dinheiro para comprar uma moto, que é o que eu desejaria?”Se você prestar um pouco de atenção,verá que aqueles que falam assim parece estar se queixando mas, na verdade, estão muito satisfeitos por saber que não são livres. No fundo, eles pensam: “Ufa! Que peso tiramos de cima de nós! Como não somos livres, não podemos ter culpa de nada que nos aconteça...” Mas tenho certeza de que ninguém – ninguém – acredita de verdade que não é livre, ninguém aceita tranquilamente que funciona como um mecanismo inexorável de relógio ou como uma térmita. Podemos achar que optar livremente por certas coisas em certas circunstancias é muito difícil (entrar numa casa em chamas para salvar uma criança, por exemplo, ou enfrentar um tirano com firmeza) e que é melhor dizer que não há liberdade para não reconhecermos que preferimos livremente o mais fácil, ou seja, esperar os bombeiros ou lamber as botas de que está pisando em nosso pescoço. Mas em nossas estranhas alguma coisa insiste em dizer: “Se eu quisesse...” Resumindo: ao contrário de outros seres, animados ou inanimados, nós podemos inventar e escolher, em parte, nossa forma de vida. Podemos optar pelo que nos parece bom, ou seja, conveniente para nós, em oposição ao que nos parece mau e inconveniente.”

2 Comparando suas idéias com as idéias até então debatidas e com as idéias apresentadas no texto realize a seguinte atividade:

- Construa um texto sobre o tema: “Liberdade e responsabilidade”.

Perguntas que poderão auxiliar:
O que é ser livre?
Somos realmente livres?
Qual é a relação entre liberdade e escolha?
Posso fazer escolhas se não sou livre?
Se sou livre posso escolher fazer tudo o que eu quiser?
Minhas escolhas poderão prejudicar a mim e aos outros?
È possível sermos livres e ao mesmo tempo assumir responsabilidades ou regras?
Se suas escolhas forem irresponsáveis, poderá tirar a liberdade de outras pessoas, ou vice-versa? (ex: transitar pela avenida a 120KM/H ou bater nos colegas).
Podemos ser livres em um mundo de irresponsabilidades ou onde todos possam fazer o que quiserem?
Como saberei se minhas escolhas são boas ou más?

segunda-feira, 1 de março de 2010

Quem determina nossas escolhas? - 8ª série

Após ler o texto “Quem determina nossas escolhas?” em sala de aula e dissertado sobre algumas questões, realize as seguintes atividades:

( Aula 2) 1- Atividade com a música Free Will da Banda Rush:

a) Letra da música:

Livre Arbítrio





Há aqueles que pensam que a
vida não deixou nenhuma oportunidade,
Um lugar de horrores santos
Que direciona nossa dança sem propósito.

Um planeta de marionetes,
Nós dançamos numa corda
De forças sobrenaturais
"As estrelas não estão alinhadas,
Ou os deuses são malignos..."
Culpa é melhor de dar do que receber

Você pode escolher um guia pronto em alguma voz celestial
Se você escolher não decidir, ainda assim você fez uma escolha
Você pode escolher entre medos-fantasma egentilezas que podem matar;
Eu escolherei um caminho que é iluminado -
Eu escolherei livre- arbítrio

Há aqueles que pensam que estão lidando
com uma mão perdida,
As cartas foram embaralhadas contra eles - eles
não nasceram em Lotus-Land.

Tudo preordenado.
Um prisioneiro acorrentado
Uma vítima de má sorte.
Chutado na cara,
Você não pode rezar por um lugar
No estado não-terreno do céu.

Cada um de nós
Uma célula de consciência
Imperfeita e incompleta
Misturas genéticas
Com fins incertos
Numa caçada de sorte que está longe de acabar.

Letra disponível em:http://letras.terra.com.br/rush/34599/traducao.html

Video da Música disponivel em: http://www.youtube.com/watch?v=OnxkfLe4G74

b) Resolva as seguintes questões subjetivas:

- Como você interpreta a seguinte afirmação: se você escolher não decidir, ainda assim você fez uma escolha? Você acha que é possível alguém decidir não escolher? Quais são as implicações dessa atitude?

- Qual é a possivel relação entre a possível malignidade dos deuses e a culpa? E o que você pensa da constatação do compositor ao afirmar que somos uma célula de consciência "imperfeita e incompleta, misturas genéticas, com fins incertos, numa calçada de sorte que está longe de acabar"? Que nossas escolhas requerem sorte?

(Aula 3) Trabalho com um trexo da obra Olhai os lírios do campo (Érico Verissimo) : (Não há respostas dos alunos a essa atividade porque foi realizada em sala de aula)

Texto (p. 12 - 15):


Um dia, caiu um raio na casa do velho Galvão, matando-o e ferindo-lhe a filha. A mãe disse: “Deus castigou. Eles eram muito malvados”. Além do castigo da professora, do castigo dos pais da gente, havia então um castigo maior, muito maior - o castigo de Deus?
Eugênio temia esse Deus que em vão a mãe lhe queria fazer amar. Quando à noite rezava o “Padre nosso que estais no céu...” – ele imaginava um ser de forma humana, mas terrível, misterioso e implacável. Era invisível, mas estava em toda a parte, até nos nossos pensamentos. A idéia do pecado, então, começou a perturbar Eugênio. Estudava as lições e portava-se bem na aula porque temia os castigos da professora. Não fumava, não dizia nomes feios nem “fazia bandalheiras” porque tinha medo dos castigos da mãe. Fugia dos maus pensamentos e não fazia má-criações nem às escondidas, porque Deus estava em todos os lugares e enxergava tudo. Um dia, enumerando a lista dos grandes pecados, alguém lhe disse: “Não amar os pais é pecado”. Então ele estava pecando! Por mais que se esforçasse não podia amar aquele pai que nunca chegava a erguer a voz para o repreender.
Na escola os outros meninos contavam vantagens e proezas de pessoas da família. “Meu pai já foi no Rio de Janeiro... O teu já foi?” “Meu tio derrubou um negro com um soco”. “Tenho um irmão que é remador do Barroso”. Genoca , humilhado ficava escutando num silêncio invejoso. Não tinha nada a contar. Seu pai era apenas o pobre Ângelo (...).
Eugênio não esquecia o que se passara havia alguns dias. Seu Jango do armazém tinha vindo em pessoa cobrar a conta atrasada.
- Diga que não estou, Alzira, que fui à Intendência... - cochichou Ângelo, com ar alarmado.
D. Alzira deu o recado:
- Olhe, seu Jango, não vê que o Ângelo não está em casa...
Atrás da porta do quarto, Ângelo escutava, mordendo o lábio. Ouviram-se passos fortes no corredor. E a voz de D. Alzira, mais apressada, já aflita.
- Mas, seu Jango, que é isso? Eu lhe disse que o Ângelo saiu...
Jango entrou de sopetão na varanda. Era um homem alto forte, moreno, de dentes muito brancos. Quando o viu entrar assim, em mangas de camisa, com os braços musculosos e peludos à mostra, Ernesto cochichou ao ouvido de Eugênio :
- Credo! Parece o Maciste.
Estranho... Eugênio, ao vê-lo, pensou logo no Destino. Sempre que acontecia à família alguma coisa desagradável, D. Alzira dizia: - “Foi o Destino”
O Destino era um ser cruel, todo-poderoso e implacável. Seu Jango era o Destino.
Ângelo não teve outro remédio senão aparecer. Saiu do esconderijo, acovardado, de cabeça baixa.
- Então, seu Ângelo, enganando os outros, hem? Pensa que eu sou algum pascácio? Conheço bem a minha freguesia.
- Ora, seu Jango - murmurou Ângelo, mal ousando encarar o credor. - Não foi por mal. A gente quando deve tem vergonha.
- É muito fácil dizer. Se tem vergonha, por que não paga? Eu não vivo da brisa, vendi e quero o meu dinheirinho.
- O senhor tenha paciência... - interveio D. Alzira.
- Estou para entregar uma roupa a um freguês... – reforçou Ângelo. - Vou receber aí uns oitenta e cinco mil réis e então...
Jango alteou a voz:
- Essa cantiga é muito conhecida. Todo o mundo vai receber dinheiro, mas ninguém paga. O senhor devia era ter mais vergonha nessa cara, ouviu?
Ângelo estava pálido. Eugênio ouviu-o murmurar, numa súplica:
- Seu Jango, por favor, os meninos estão ouvindo...
- Pois que ouçam, que saibam que o pai deles é um grandessíssimo caloteiro.
Saiu pisando duro e bateu com a porta.

Questões

a) De acordo com a mãe de Eugenio, a maldade é castigada por Deus. O castigo de Deus parecia ser o maior castigo de todos; superava em muito os castigos dos pais e da professora. Diante disso, converse com o colega, pense sobre como eram as escolhas de Eugênio e depois escreva o que você pensou.

b) A situação vivida por seu Ângelo eramesmo culpa do destino, como pensava D. Alzira e depois Eugênio? O que você pensa sobre o destino? Concorda com a opinião de Eugênio, que definia o destino como um ser cruel, todo-poderoso e implacável? Por quê?